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RACISMO NA BOUTIQUE ZARA REVOLTA INTERNAUTAS HOMEM NEGRO FOI OBRIGADO A PROVAR QUE PAGOU MOCHILA

Acusado de furto na Zara, homem é retirado de banheiro para 'devolver' mochila que comprou

Um homem negro foi retirado do banheiro do Shopping da Bahia, em Salvador, após ser acusado de furtar uma mochila que comprou na loja Zara. O caso aconteceu na terça-feira (28). Ao portal de notícias g1, ele afirmou que foi vítima de racismo.


Luís Fernandes Júnior é natural de Guiné-Bissau, país que fica no continente africano, e mora na Bahia há sete anos. Atualmente, ele vive na cidade de São Francisco do Conde, região metropolitana de Salvador. Ele contou que esteve na loja em busca de uma mochila nova, que viu pela internet.


"Fui na loja da Zara procurar a mochila que eu queria, porque a minha estava velha. Conversei com o atendente, que foi muito cordial, e conseguimos encontrar a mochila por meio do código do produto, no aplicativo. Eu então deixei a mochila no caixa e saí da loja para sacar o dinheiro. Depois retornei para pagar pela mochila e saí com minha compra, com o comprovante de pagamento", contou.

"Eu já tinha passado pelo segurança duas vezes, ele inclusive me indicou onde ficava o caixa eletrônico que eu saquei o dinheiro da compra. Tem como eles puxarem as câmeras do shopping para verem a minha circulação".


Depois pagar pela mochila, Luís deixou o troco no caixa porque estava com pressa para sair do shopping. Ele então foi ao banheiro, que fica próximo à saída de acesso à estação do metrô da rodoviária.


Depois disso, o segurança – que não teve identidade divulgada – tomou a mochila da mão de Luís e saiu pelo corredor.


Mesmo com a situação explicada pelo atendente da loja e o comprovante de pagamento da mochila, o segurança se recusou a devolver a mochila para Luís.


"Eu puxei a mochila da mão dele e ele me ignorou, saiu andando. Eu fui atrás dele, revoltado, e pedi: 'Quero saber quem é o seu responsável para entender o motivo desse tipo de abordagem'".


"Me senti humilhado por ser negro. Foi como se ele tivesse me matado e me deixado na rua, de qualquer jeito. Doeu muito. E em nenhum momento eles pediram desculpas. Eu cheguei em casa arrasado, com uma dor de cabeça intensa".

Luís não conseguiu registrar o caso em uma delegacia no mesmo dia, porque passou mal com a situação. Agora, com um advogado, ele pretende fazer o boletim de ocorrência para que casos como os dele parem de se repetir.


"Estou contratando um advogado para isso, para a gente procurar uma delegacia. Eu nunca passei por nada desse tipo. Só assistia na televisão e já me dava raiva de ver. É algo que não tem como compensar. Em momento nenhum a loja me procurou. Uma representante do shopping me ligou ontem [quarta-feira, 29], para tentar conversar e pedir desculpa".


Por meio de nota, a Zara informou apenas que está apurando os detalhes do que aconteceu e que afastou uma funcionária da loja. A empresa não detalhou a participação desta funcionária no caso. Disse ainda que lamenta o episódio, "que não reflete os valores da companhia".


Já o Shopping da Bahia disse que o segurança foi chamado por representantes da loja, para buscar o cliente. O centro de compras reconheceu que essa atitude não deveria ter sido atendida, porque descumpre as determinações de regulamento do shopping.


Também em nota, o Shopping da Bahia informou disse que não compactua com qualquer ato discriminatório, e que "incluirá as imagens deste fato nos treinamentos internos para evitar que se repitam".


Em setembro deste ano, a boutique já havia se envolvido em um caso de racismo em Fortaleza, uma delegada foi a vítima na ocasião.


A delegada Ana Paula Barroso carregava uma sacola em uma mão e um sorvete na outra quando decidiu entrar na loja Zara localizada em um dos principais shoppings de Fortaleza, o Iguatemi, na terça-feira passada, 14 de setembro. Não demorou para que fosse surpreendida pelo gerente da loja, que teria barrado a sua entrada sob a justificativa de “normas de segurança”. Sem entender o que estava acontecendo, ela perguntou se o problema era o sorvete que estava tomando, com a máscara para proteger-se contra o coronavírus arqueada no queixo. Como resposta, contou que ouviu apenas que não poderia ficar ali e foi conduzida à saída.


Próximo à Zara, Ana Paula perguntou a um segurança do shopping se baixar a máscara enquanto tomava um sorvete era motivo para impedir sua entrada na loja. Ele negou e acionou o chefe de segurança do shopping, que a reconheceu como delegada, por já terem trabalhado juntos. Ambos retornaram então à Zara para falar com o gerente. “Ele perguntou ao funcionário o que havia acontecido, e ele foi logo dizendo que não tinha preconceito, que tinha amigos negros, gays e lésbicas”, narra a delegada Anna Claudia Nery da Silva, que agora investiga o provável caso de racismo. “Quando ele fala esta frase, já mostra que há um preconceito”, acrescenta.


Fonte: G1

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