Polícia Federal é acionada após confusão com passageiros
A empresa de cruzeiros, confirmou que são 28 os passageiros a bordo do navio MSC Preziosa, que atracou no Pier Mauá, na Zona Portuária do Rio, na manhã deste domingo, detectados com Covid-19.
O número foi atualizado pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio, nesta tarde. Por sua vez, a empresa diz que "todos estão assintomáticos ou com sintomas leves" e foram testados. A embarcação chegou a ancorar na Praia de Copacabana durante a virada do dia 31, e seguiu para Búzios, na Região dos Lagos, antes de voltar à capital.
Segundo a nota da secretaria, os passageiros com casos positivos, se forem moradores do Rio e cidades próximas poderão cumprir isolamento em domicílio. Os de fora, serão isolados em hotéis específicos. Destacou ainda que o Centro de Informação Estratégica em Vigilância em Saúde do município vai monitorar os casos em residentes na cidade.
Técnicos da Anvisa entraram no navio, às 11h20, uma equipe da Polícia Federal chegou para "acompanhar a situação" depois que dois casais conseguiram abandonar o navio antes do permitido pela empresa. O clima chegou a ficar tenso quando outros passageiros também tentaram sair da embarcação.
O piloto Pablo Feder contou que havia uma fila com prioridade pra deixar o navio. A MSC distribuiu pizza para os tripulantes. Muitos deles estavam irritados com a demora.
— Existe uma fila muito grande que está dando voltas dentro do navio. O pessoal da recepção disse que a prioridade é para idosos e pessoas com crianças. No entanto, não anunciaram nada nos altos falantes sobre poder deixar aqui — destacou.
O farmacêutico Fábio Carrilho contou que quem estava dentro do navio temia ter que ficar de quarentena no local. Ele disse que um áudio foi passado na embarcação orientado os passageiros a se isolarem em casa.
– Não ficamos sabendo de nada (sobre desembarcar ou não), era só boato. No final, eles passaram um áudio atribuído a Vigilância Sanitária dizendo que era para a gente ir para casa e ficar isolado e quem tiver algum sintoma é para procurar um Posto de Saúde – conta Carrilho, que completa:
– (Após descobrirem os casos) Todo dia saía um informativo e a gente foi testado. Depois dessa luta, estar em terra firme é aliviante. Não sabíamos o tempo que iríamos ficar aqui porque não tinha informação nenhuma do desembarque. O meu medo era não descer e ficar aqui por vários dias. Até porque, tenho que ir para casa porque tenho que trabalhar amanhã.
O bombeiro militar Orlando Frade, é de Belém do Pará. Ele lembra que muitas pessoas estavam desesperadas porque perderam os voos para suas cidades. Ele contou que após o diagnostico do surto, todos a bordo passaram a fazer testagens rotineiramente.
– Eu nunca fiz tanto exame na minha vida para sair dele. Essas horas que passamos lá foram terríveis porque muita gente não mora no estado do Rio e precisam voltar para seus estados de origem. Uma moça estava desesperada porque perdeu uma passagem de R$ 4 mil e teria que comprar outra. Graças a Deus a minha viagem é para a noite, para Belém do Pará, mas muitas pessoas perderam seus embarques – destacou o homem que desceu pouco depois das 14h20.
A detecção da doença foi feita neste sábado. A MSC Cruzeiros disse que o número de pessoas contaminadas representa 0,6% do total da população a bordo — cerca de 3,3 mil pessoas. A empresa destacou que todos os infectados estão isolados.
Fonte O Globo
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