top of page

As notícias em PAUTA:

Principais Notícias

Destaque

Foto do escritorAlana Oliveira

MORADORES DE FAVELAS APONTAM FALTA DE DIÁLOGO EM AÇÕES DO PROGRAMA CIDADE INTEGRADA

Relato foi feito em audiência pública realizada pelas Comissões de Trabalho e de Direitos Humanos da Alerj

Representantes de movimentos sociais relataram falta de diálogo do Poder Público com moradores de favelas no desenvolvimento do Programa Cidade Integrada durante a audiência pública realizada pelas Comissões de Trabalho e de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta segunda-feira (13/06). A reunião, realizada no plenário da Casa, teve como objetivo debater as consequências do programa sobre a vida das pessoas que vivem nas comunidades.


“O Poder Público desenvolve projetos nas favelas, mas nunca fomos perguntados sobre o que nós pensamos. Eles constroem uma quadra onde a gente queria um posto de saúde. Eles desenvolvem um projeto esportivo onde, na verdade, queríamos um pré-vestibular. Nós, moradores de favelas, não somos iguais. Cada morador de favela tem uma realidade completamente diferente da outra”, disse o representante do Movimento Negro Unificado, Raimundo Carrapa.


Segundo a presidente da Comissão de Trabalho, deputada Monica Francisco (PSol), o programa vem intensificando as operações policiais nas comunidades do Rio. “Até agora, essa política não mostrou a que veio, não realocou moradias em área de risco e não tirou as pessoas de situações de extrema vulnerabilidade. Foram seis chacinas em quatro meses, R$12 bilhões direcionados para a Segurança Pública, e um pouco mais de R$ 600 milhões para habitação popular”, comentou a parlamentar.


Presente na audiência, o ouvidor-geral da Defensoria Pública, Guilherme Pimentel, explicou que, em 2020, a Defensoria implementou a Escuta das Favelas e Periferias, cujo relatório levantou 11 pontos prioritários: acesso à água, segurança alimentar, direito à moradia, acesso à saúde, direito à assistência social, direito ao trabalho, renda e cultura, direito à educação, violência doméstica, falta de transporte e mobilidade, direitos das pessoas presas e suas famílias, e a necessidade de controle das forças do estado. “Esse último atravessa todos os direitos, porque a cada operação as unidades de saúde, as escolas e o comércio fecham”, destacou Pimentel.


Observatório

A presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputada Dani Monteiro (PSol), propôs a criação de um observatório do Cidade Integrada para acompanhar as ações do programa nas comunidades. Além disso, as comissões enviarão ofícios para os secretários estaduais ausentes na audiência, com o objetivo de levantar dados sobre o projeto. “Sentimos falta de uma presença ostensiva do Poder Executivo. Além disso, vamos estudar junto aos movimentos de favelas e com as secretarias a construção de um observatório”, ressaltou a parlamentar.


Estiveram presentes também na audiência a deputada Renata Souza (PSol), além da deputada federal Taliria Petrone (PSol/RJ) e do vereador Chico Alencar (PSol/Rio).


Programa Cidade Integrada

Lançado em janeiro de 2022 pelo Governo do Estado, o programa tem o objetivo de retomar o território em áreas sob domínio do tráfico e da milícia, além de ser um modelo de segurança pública e de intervenções urbanísticas e sociais. O projeto prevê, até o fim deste ano, melhorias em seis favelas do Rio. As primeiras a receberem o programa foram Muzema, na Zona Oeste, e Jacarezinho, na Zona Norte.

Comments


Pinheiral.jpg

Pinheiral

Em Pauta

bottom of page