O secretário estadual de Transportes, André Luiz Nahass, demonstrou surpresa com a precariedade estrutural da linha ferroviária, após uma fiscalização feita pela secretaria
Na sexta reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), criada para investigar os problemas no serviço de trens da Região Metropolitana, realizada nesta segunda-feira (18/04), o secretário estadual de Transportes, André Luiz Nahass, demonstrou surpresa com a precariedade estrutural da linha ferroviária, após uma fiscalização feita pela secretaria.
Nahass elencou os problemas encontrados: “Nós fiscalizamos os cinco ramais e ficamos surpresos. Constatamos ausência de sinalização no ramal Santa Cruz. Se há furtos, a concessionária deve repor os equipamentos imediatamente, e há locais em que o trem parece adentrar em uma floresta. Ficou clara a falta de manutenção por parte da concessionária SuperVia”.
A deputada Martha Rocha (PDT) se surpreendeu com a explanação do secretário. “Ele assumiu o cargo em novembro de 2021 e parecia falar de algo que não é de responsabilidade da sua pasta. Quais foram as medidas adotadas?”, indagou.
Integrante do debate, o deputado Luiz Paulo (PSD) criticou a atuação da Secretaria estadual de Transportes (Setrans) e da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado (Agetransp), após a exibição de vídeos que demonstraram o mau estado de dormentes, a falta de poda, de limpeza, de acessibilidade e de banheiros.
“A deputada Lucinha (presidente da CPI), durante a vistoria, pegou um parafuso da estrutura dos trilhos com a mão. Em alguns trechos não há nem parafuso. Vejo grande gravidade na deterioração da via permanente. A Setrans é solidária nos riscos”, disse Luiz Paulo. “A Agetransp trabalha burocraticamente, só abre os procedimentos, o que não vai resolver. É preciso uma ação mais agressiva e não só multar”, acrescentou.
A presidente da CPI, deputada Lucinha (PSD), também fez críticas ao despreparo dos gestores do serviço público de transporte: “Marcamos uma reunião com assunto definido, e temos que escutar que vamos receber dados depois? Queremos saber qual o percentual dos dormentes que foi trocado, e onde, por exemplo”. Lucinha também informou que a CPI irá realizar uma inspeção ao longo da malha ferroviária, com data a ser confirmada.
Banheiros e acessibilidade nas estações
O presidente da SuperVia, Antonio Carlos Sanches, informou que há banheiros em 21 das 104 estações, e que o plano de investimentos não inclui toaletes. Ainda assim, Sanches garantiu que a SuperVia irá construir banheiros em outras estações.
Quanto aos problemas de acessibilidade, o presidente da concessionária afirmou que há 23 estações acessíveis, e que a SuperVia assinou, em 18/01, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público (MPRJ) no qual a empresa se compromete a tornar todas as estações acessíveis. O TAC prevê o investimento de 186 milhões de reais por parte da concessionária, e que, em no máximo 14 anos, 70% dos usuários utilizem estações acessíveis. Segundo Sanches, em 2023 já serão acessíveis as estações de Belford Roxo, Duque de Caxias e de Madureira.
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