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CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA ELÉTRICA TIVERAM 1.722 RECLAMAÇÕES NA CODECON DA ALERJ EM UM ANO

As principais demandas foram sobre aumento do valor das tarifas na conta de luz, termo de ocorrência e inspeção (TOI) e duplicidade de cobrança em um mesmo mês

Desde junho de 2021, a Comissão de Defesa do Direito do Consumidor (Codecon) recebeu 997 reclamações da Light e 725 da Enel, somando 1.722 . Os dados sobre a insatisfação com os serviços prestados pelas concessionárias de energia elétrica foram apresentados durante reunião realizada pelo colegiado, nesta terça-feira (28/06). As principais demandas foram sobre aumento do valor das tarifas na conta de luz, termo de ocorrência e inspeção (TOI) e duplicidade de cobrança em um mesmo mês.

O coordenador jurídico da Codecon, Plínio Lacerda, reforçou a necessidade de as concessionárias melhorarem a prestação de informações ao consumidor. Nesse sentido, a sugestão da comissão é de que se elabore uma cartilha informativa sobre como é calculada a tarifa pelo consumo de energia. “Não sabemos como é calculada a conta e é difícil explicar isso aos consumidores”, disse.


Segundo a subcoordenadora jurídica da Codecon, Tatiana Cristina, é imprescindível aprimorar o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) destas empresas.


“Muitas das demandas que chegam para nós, são porque o consumidor, muitas das vezes, não conseguiu acesso ao canal de comunicação ou não foi atendido. O fornecimento de energia tem caráter essencial, não é uma questão que pode ser resolvida depois. Ele tem urgência quando solicita. É um monopólio, o consumidor não pode bater na porta de outra empresa para fornecer o serviço, então é preciso primar pelo direito da qualidade”, reforçou.

A representante da Enel, admitiu a complexidade da leitura da conta de energia elétrica e comentou o impacto da variação da alíquota sobre o que é cobrado do consumidor.

“Quanto mais informação e mais transparente a gente puder ser é melhor para o consumidor e para a empresa. A sazonalidade, muito característica do estado do Rio, principalmente no período do verão, foi muito prejudicial para o nosso cliente”, disse Andréa Câmara.

A representante da Light, Laís Tocar, explicou os motivos pelos quais as contas de luz tiveram um aumento exponencial. “A questão do ICMS varia em faixas. A maioria dos clientes consome até 300kW e paga 18% de ICMS. No verão, com o aumento de consumo, essa faixa, passa a 32%. Nesse verão foi diferente porque tivemos a revisão tarifária determinada pela União, que na Light foi de 14,68%. Além disso, a crise foi agravada pela crise hídrica, a pior em 91 anos. Por isso, foi criada uma bandeira de escassez hídrica que passou a cobrar R$14,20 a cada 100 kW. Todos esses fatores construíram esse cenário”, comentou.

O representante do Procon Carioca, Igor Costa, reiterou a crítica aos SACs e informou que cerca de 16% das demandas que chegam ao órgão são relativas à Light. O titular da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte do Ministério Público/RJ, promotor Rodrigo Terra, informou que o órgão entrou com uma ação para unificar o serviço de atendimento ao consumidor para as empresas de energia elétrica, permitindo o acesso virtual a todos os itens de serviço, de forma que a loja da concessionária seja notificada e estabeleça prazos de resposta.

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