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ALERJ HOMENAGEIA PROFISSIONAIS LGBTI+ COM MEDALHA TIRADENTES E PRÊMIO CIDADANIA

Entre os homenageados, estão o estilista Almir França, o ator Luís Lobianco e os jornalistas Pedro Figueiredo e Erick Rianelli

A Comissão de Combate às Discriminações da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizou, na quarta-feira (06/04), uma sessão solene em homenagem a profissionais que promovem os direitos de cidadania e a cultura LGBTI+ no estado e foram reconhecidos pelo parlamento com a Medalha Tiradentes e o Prêmio Cidadania, Direito e Respeito à Diversidade. Entre os homenageados, estão o estilista Almir França, o ator Luís Lobianco e os jornalistas Pedro Figueiredo e Erick Rianelli.


Reconhecido com a Medalha Tiradentes, a maior honraria do parlamento fluminense, o estilista Almir França encerrou a cerimônia com um desfile ecológico, feito com materiais reaproveitados. Ele dedicou o prêmio às mulheres transexuais e travestis que o inspiraram, o apoiaram desde o início da carreira e estiveram à frente da resistência do movimento LGBTI+: “Essa medalha é das minhas irmãs transexuais. Foram essas roupas que fizeram a minha luta, minha batalha, é o lugar que eu encontrei para dialogar com os nossos direitos”, disse França, que também agradeceu ao Grupo Arco-Íris, fundado em 1993. “Foi o Arco-Íris que me trouxe até este lugar”, declarou. Também homenageada com o Prêmio Cidadania, a cantora Leila Maria entoou a Valsinha, de Vinícius de Moraes e Chico Buarque, e Over the Rainbow, do musical O Mágico de Oz, de 1939. Ela também destacou a importância do Grupo Arco-Íris para a luta dos direitos LGBTI+. “O grupo Arco-Íris é a base disso, das pessoas que estão aqui. Desde as primeiras paradas LGBTI+, na década 1990, quando havia pouquíssimas pessoas na rua, muitas delas sem querer mostrar o rosto”, lembrou Leila. Casados, os jornalistas Erick Rianelli e Pedro Figueiredo, que cobrem a política fluminense na TV, também foram homenageados com o Prêmio Cidadania. O deputado Carlos Minc (PSB), que preside a Comissão de Combate às Discriminações, destacou a importância da cobertura da imprensa na luta pela igualdade de direitos civis:

"Enquanto há uma ameaça totalitária, quando a liberdade de imprensa é cerceada, as pessoas vêem as paradas LGBTI+ por todo o país. São essas pessoas protestando e sendo noticiadas pela grande imprensa que fizeram a união civil e o casamento homoafetivos serem aprovadas pelo Supremo, porque sequer haviam passado pelo Congresso”, disse o parlamentar.

Ao agradecer a honraria, Rianelli destacou a importância da luta de décadas dos homenageados pelos direitos da população LGBTI+. “Eu jamais imaginei que um dia como este pudesse chegar. Não esquecerei da luta de cada pessoa que está aqui. Saibam que podem ter em mim um amigo e alguém a nos defender”, comentou, dirigindo-se à plateia.

O jornalista Pedro Figueiredo não pôde comparecer à cerimônia e enviou um vídeo em agradecimento ao prêmio. “Essa celebração ocorre no plenário da Alerj, um espaço que conheço muito bem. "Esse é um reconhecimento do Poder Legislativo de que merecemos ocupar esse espaço”, disse. Trabalho e Cultura Ao longo da cerimônia, os homenageados destacaram a importância da inclusão de pessoas LGBTI+ no mercado formal de trabalho. Hoje, apenas 4% das mulheres transexuais e travestis possuem um emprego formal, segundo levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) - 6% delas têm um emprego informal e 90% recorrem à prostituição como fonte de renda. “No Brasil, ser cidadão é ter um emprego, ter uma carteira de trabalho”, cobrou o estilista Almir França. O empresário Thiago Sousa, que também foi homenageado com o Prêmio Cidadania, reforçou o papel das pessoas LGBTI+ mais privilegiadas socioeconomicamente na luta pela inclusão no mercado de trabalho. “Sou LGBT e sempre quis trabalhar para os LGBTs. Eu sei que sou privilegiado e quero incluir outras pessoas. Eu crio palco para as pessoas e quero continuar dando oportunidade de empregos e de inclusão porque é muito difícil ser LGBT no nosso país”, disse. A cerimônia de entrega dos prêmios contou com a apresentação de artistas da cena LGBTI+, dentre elas as cantoras Elza Ribeiro, Leila Maria, Lorna Washington e Valéria Fernandez Gonzalez. Elas também foram homenageadas com o Prêmio Cidadania, além da atriz Leandra Leal.


Lei Paulo Gustavo

Entre uma apresentação e outra, os participantes do evento destacavam a importância do investimento em cultura para a empregabilidade da população LGBTI+. Eles também questionaram o veto do governo federal à Lei Paulo Gustavo, aprovada pelo Congresso Nacional, para destinar emergencialmente R$ 3,86 bilhões para o setor que foi fortemente impactado pela pandemia de coronavírus.


Em 2021, aos 42 anos, Paulo Gustavo se tornou mais uma das vítimas da Covid-19. Parceiro de palco e amigo de Paulo Gustavo, o ator e humorista Luís Lobianco também foi homenageado com o Prêmio Cidadania. Ele é criador do Buraco Show, um espetáculo teatral burlesco realizado no Buraco da Lacraia, espaço LGBTI+ na Lapa, no Centro do Rio.

“Nós criamos alguns espetáculos que dialogam com a nossa comunidade, com a ideia de diversidade aliada à e individualidade”, contou. “Aqui, hoje, me sinto em casa, entre os meus, com a nossa comunidade”, agradeceu. Em memória de Jane Di Castro A solenidade também homenageou a cantora e atriz Jane Di Castro, que participou da elaboração do Prêmio Cidadania. No início da cerimônia, foi exibido um vídeo da Jane interpretando o hino nacional - seguido de uma homenagem à cantora, que faleceu no final de 2020 em decorrência de um câncer. “A minha amiga, cantora, atriz Jane Di Castro, primeira mulher trans a executar o Hino Nacional, propôs essa premiação junto com o meu amigo e parceiro de lutas, o presidente do Grupo Arco-Íris, Cláudio Nascimento”, comentou o deputado Carlos Minc. O evento também contou com a presença do deputado federal David Miranda (PDT), da secretária de estado de Cultura, Daniele Barros; da presidenta da Associação Brasileira de Estudos da Trans Homo Cultura (ABETH), Jaqueline Gomes de Jesus; da coordenadora nacional de Lésbicas da Aliança Nacional LGBTI+, Patrícia Esteves; e do coordenador do Grupo de Pesquisa Museologia Experimental e Imagem da Unirio, Bruno Brulon.

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