Os projetos serão promulgados pelo presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), e publicado no Diário Oficial do Legislativo nos próximos dias
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, em discussão única, nesta terça-feira (22/03), a concessão do Prêmio Marielle Franco a quatro mulheres com destacada atuação pelos Direitos Humanos no estado. As homenagens são propostas pela deputada Monica Francisco (Psol). Os projetos serão promulgados pelo presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), e publicado no Diário Oficial do Legislativo nos próximos dias.
“Pela militância negra e antirracista, em sintonia com o trabalho da companheira Marielle, oferecemos homenagem do Prêmio Marielle Franco para essas grandes mulheres”, declarou a parlamentar.
Veja as homenageadas:
Nanci Rosa (Projeto de Resolução 1.051/22): aposentada do serviço público federal, ativista do movimento social e de mulheres negras. Nanci trabalhou no departamento cultural do Renascença Grupo, onde formou muitos jovens e retomou diversas ações culturais do grupo. O grupo valoriza a culinária afro, samba, cinema negro, e realizava diversas ações com estudantes para pôr em prática a lei 10.639/2003, que obriga o ensino da história afrobrasileira e indígena nas escolas.
Regina Tchelly (Projeto de Resolução 1.052/22): empreendedora social e fundadora do projeto Favela Orgânica. Este projeto tem como sede a favela da Babilônia no Rio de Janeiro. Seu objetivo é ensinar e apresentar sabores e saberes através de ingredientes simples e acessíveis. Ela milita pela democratização da comida: contra a fome e o desperdício, e pelo direito à saúde e à comida de verdade, ensinando o aproveitamento integral dos alimentos. O projeto também ensina a plantar e cultivar alimentos.
Ivanir Mendes dos Santos (Projeto de Resolução 1.053/22): moradora da ocupação Manuel Congo, no Centro do Rio de Janeiro. Em 2017 seu filho foi assassinado no Morro do Cantagalo por violência do Estado. Ano passado, em 2021, seu marido veio a falecer após um infarto causado pela dor da injustiça, como diz Ivanir. Hoje Ivanir compõe uma rede de mães que perderam seus filhos em violências do Estado e que buscam justiça. Em 2021, ela tornou-se doula em uma formação da Fiocruz e agora bravamente elabora sua dor enquanto trabalha pela vida. Ivanir é uma representante valente das muitas mães que perdem seus filhos por violência estatal.
Iraci Santos Mendes Ribeiro (Projeto de Resolução 1.054/22): moradora de Queimados, evangelista da Igreja Cristã Nova Vida do Belmonte. Conhecida como Dona Iraci, ela é educadora popular e trabalha com artesanato e moda. É oficineira ambiental de moda e trabalha também com pessoas em situação de rua. Dona Iraci faz parte também da Rede de Mulheres Metropolitana.
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